Dia dos Pais . 2013
Em 2004, os educadores Sandra Sayuri Nishi e Claudio Fernando Ribeiro começaram a buscar em Curitiba e Região Metropolitana um espaço com piscina para iniciar o projeto Estimulação Aquática, em parceria com a Associação Reviver Down, voltado para crianças carentes com Síndrome de Down. O objetivo era proporcionar o uso do meio aquático para quem precisa, mas que não teria condições de frequentar. Não foi tarefa fácil.
Percorrendo vários locais, escolas, instituições, com recusas uma atrás da outra, chegaram finalmente a Escola de Natação Amaral. Célio Amaral, fundador da escola, então os ouviu. “Na hora ele abriu as portas para nós, sem custo algum, quando começamos a primeira pequena turma, com bebês, crianças e adultos com a síndrome”, conta Sandra, ao lado de Claudio, em conversa no dia 20 de setembro de 2014, dez anos depois, último sábado do projeto.
Daquele ano em diante, todo sábado a tarde, na piscina 3 da Amaral, os educadores faziam um trabalho de terapia aquática, estimulando e fortalecendo os alunos, e ajudando diretamente no bem-estar psicológico dos pais. Passado alguns meses, escolas especiais ficaram sabendo do projeto, passando a enviar crianças com outras necessidades especiais, como anomalias, autismo, cardiopatia, entre outras. Prefeituras idem.
Eram três turmas. Na primeira, voltada para bebês e crianças, com os pais acompanhando o trabalho dentro da piscina. No segundo horário, a natação propriamente dita, mas adaptada, com adolescentes e adultos. Por último, a terceira turma, para aquelas crianças com necessidades especiais mais severas.
“A água é um propulsor para o desenvolvimento motor. Nitidamente tivemos resultados significativos, com uma melhora gradual dos movimentos e dos estímulos gerais. Tivemos, inclusive, casos de extrema complexidade que melhoraram e evoluíram. Durante os 10 anos, crianças cresceram aqui, que eram bebês e hoje são adolescentes”, comemora Cláudio.
UM TRABALHO FAMILIAR
Além da alegria das crianças, muitos pais voltaram a sorrir. É o que conta Sandra: “Esses pais que vieram até o projeto e que começam a conversar, observar e conviver com casos semelhantes, percebem que não é o fim do mundo. Tivemos casos de pessoas que estavam muito fragmentadas, tristes, mas que depois, percebendo o potencial e melhora do filho, renasciam, ganhavam força e felicidade”.
Promover o envolvimento da família foi e é fundamental para o bem da criança portadora de necessidades especiais, ressaltam os fundadores do projeto. “Muitos exercícios e estímulos devem ser realizados dia a dia. É necessário acreditar, participar e dar continuidade aos tratamentos”.
FIM DO PROJETO: ESPERANÇA E AGRADECIMENTOS
“Somos uma gotinha no oceano, mas pudemos ajudar inúmeras famílias, que não teriam condições financeiras e psicológicas de seguir em frente. Esperamos verdadeiramente que surjam outros projetos como esse”. Sandra e Claudio dizem que o motivo que levou a concluir o projeto envolve vários fatores, desde questões técnicas, políticas, como burocracia, falta de apoio e incentivo financeiro, a questões pessoais.
“Infelizmente, nesses 10 anos poderia ter surgido outros projetos como esse, mas isso não aconteceu, o que me deixa muito triste. Entretanto, só temos a agradecer ao Célio, a equipe da Amaral Natação, que cumpriu com enorme valia seu papel social, fornecendo essa estrutura impecável. Os pais são muito gratos a Escola. Foi uma década de muito trabalho recompensado pela melhora e evolução de inúmeras crianças”, afirma Sandra.
Claudio complementa: “Pudemos usar todo nosso conhecimento a favor de pessoas que precisavam. Todos aprenderam muito, e a gente mais ainda. Muito obrigado”.
Dia dos Pais . 2013
Galeria Fotos do Dia dos Pais 2012
Quem tem piscina em casa precisa ficar bastante atento, principalmente se tiver filhos pequenos. As crianças são as principais vítimas dos afogamentos e acidentes dentro d’água, e um único…